terça-feira, 23 de agosto de 2011
Novo clipe do Facada
grindcore sofreu uma severa transfiguração ao longo do tempo. Desde a pedra fundamental que é “Scum”, do Napalm Death, passando pelos primeiros álbuns/splits do Agathocles, que ajudaram a estabelecer suas diretrizes capitais, por trabalhos alucinados de conjuntos mais voltados ao noisecore, como Sore Throath e Brigada do Ódio, até o Nasum, grupo que definiu as bases de uma nova sonoridade dentro do estilo, muito mudou na abordagem dedicada a esse gênero animalesco da música pesada. Algumas bandas, inclusive, depois que a afinação baixa das cordas tornou-se praxe, aboliram o uso do contrabaixo; o que gerou uma revolução não somente musical, mas no formato tido como usual para uma banda de rock – mas isso já é outra história. Bem, tudo isso para dizer que o trio/quarteto Facada, do Nordeste do Brasil, reflete em sua obra toda essa evolução. Surgido em meio a uma geração de absurda qualidade do grindcore nacional, tornaram-se rapidamente um nome a se respeitar graças a seu poderoso debut, “Indigesto”, de 2006, um mix entre a pegada old school e a abordagem mais moderna do grind; e que agora, com este “O Joio”, lançado em 2010, nos chega ainda mais violento graças a uma ligeira mudança em sua orientação sonora.
É facilmente perceptível a influência de bandas da Relapse (Cretin, Pig Destroyer, Agoraphobic Nosebleed) e da inconfundível “forma” sueca contemporânea (AFGrund, Gadget, e, claro, o Nasum), além de generosos inserts de death metal escandinavo; mas isso tudo surgido a partir da própria sonoridade que o Facada moldou no debut e incorporado nesta; nunca como um dado externo, gratuito. Ou seja: a personalidade do conjunto mantém-se intacta, mas agora surge retrabalhada, em vias de renovar-se para desbravar novas frentes – e o resultado final torna o som do grupo, já originariamente desgraçado, em algo ainda mais hermético e hostil. O caos surge a partir da intensidade da música, mas não dentro dela – o instrumental de “O Joio”, ao mesmo tempo sintético e explosivo, é concentrado de tal forma que cada batida assemelha-se a um tiro, cada urro torna-se a voz da consciência em meio a um inevitável apocalipse.
Um cubo claustrofóbico parece se erguer entre o disco e seu ouvinte, o que só confirma o estrago que o grupo é capaz de fazer nessa suprema arte de açoitar sensibilidades que é o grindcore (graças, também, ao providencial niilismo anti-humanista presente nas letras e a proposital opacidade da apresentação visual, que formam um todo estético de puro desprezo). Enfim, são 14 faixas em certeiros vinte minutos que colocam o Facada na ponta-de-lança do grindcore não só brasileiro, mas do planeta; sintonizado e em pé de igualdade com o que de melhor o estilo produz no mundo – e, cá entre nós: uma banda que opta por fazer um cover de canção do Filthy Christians (“Satanist”), é porque demonstra que não está nem um pouco de brincadeira.
a banda Facada, a maior do Brasil no grindcore, está de clipe novo. Trata-se de "O Joio", título do segundo álbum do conjunto, lançado em 2010. o vocalista/baixista James
disponibilizou para o publico o vídeo pode ser visualizado no link abaixo.
http://vimeo.com/27978803
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